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Foto do escritorHelena Fruet

A virada

Atualizado: 14 de set. de 2020


Foto: Gravando locução.

Agosto de 2010. Eu tinha uma carreira muito bem-sucedida como jornalista – primeiro de meios impressos e depois na televisão. Tinha um emprego fixo, um cargo bacana, amava meus colegas e amigos de trabalho, era boa no que fazia, ganhava um salário decente. Mas... não estava feliz. Tinha aquela coceirinha, aquela sensação constante de que faltava alguma coisa... de que eu não estava aproveitando minha vocação... Era cada vez mais solicitada para fazer locução de notícias para o canal onde trabalhava e, depois de um curso de locução comercial no Senac e a gravação de um piloto de locução, já começavam a pintar frilas na área. E eram meus momentos mais felizes. Poucas pessoas apoiaram a minha decisão de pedir demissão do cargo de editora do canal de notícias e me jogar no mercado, mas em uma área nova para mim. “Você é louca?”. “Tá maluca de largar um emprego fixo?”. “Mas o que você vai fazer?”. Ouvi tantos questionamentos... das pessoas mais próximas, principalmente. Mas nem quando me ofereceram uma promoção para ficar onde estava eu me senti tentada a desistir. Se não desse certo com a locução, faria meus frilas para as revistas e sites para quem nunca havia deixado de escrever e dava para sobreviver (isso em 2010... hoje em dia, essa não seria uma possibilidade!). Peguei meu CD com o piloto de locução (sim, era 2010, ainda usávamos CDs!) e fui bater nas portas que me indicaram. Vários amigos foram solidários e me deram contatos na área. Um deles era de uma pessoa muito influente de um canal de tv a cabo. Alguém que, apesar do cargo e das responsabilidades, foi muito gentil em me receber e ouvir meu material. Nunca vou esquecer essa gentileza. “Espera aí: uma amiga me pediu indicações de locutoras hoje mesmo e sua voz tem tudo a ver com o que ela quer. Tá aqui o email. Vai lá”. E lá fui eu fazer um teste para OnAir. O que é OnAir? Bom, naquele momento eu também não sabia... mas, fui! Gravei uma, duas, três vezes cada frase. Ao terminar, pedi à coordenadora que me indicasse para outras pessoas da produtora, para – quem sabe? – gravar narração para eles. “Mas se você for a escolhida para este trabalho, não pode gravar narração para os canais”. OnAir é a voz das chamadas do canal. A voz padrão. A voz dos anúncios. Alguns dias depois, o resultado: seria a partir daquele momento a voz de OnAir do Biography Channel, da A&E Ole Networks. Descobri, com o passar dos meses, que tive uma sorte incrível – comecei a minha carreira “pra valer” na locução em um lugar almejado por muitos... ser a voz de um canal é para poucos (mais ainda, é para pouquíssimas!). Até hoje sou grata aos que me ajudaram e à caminhada que me levou até ali, desde as aulas de teatro na adolescência, a faculdade de jornalismo, a bolsa de estudos na Espanha, os cursos, os elogios dos colegas, o incentivo de tantos. Mas essas são outras histórias e agora é hora de comemorar minhas bodas de Zinco como locutora. Viva!


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